quarta-feira, 24 de março de 2010


Bando possui 'folha salarial'

Planilha revela que Roupinol fazia pagamentos a 324 ‘funcionários’ ligados ao tráfico

Rio - Uma planilha de pagamentos, apreendida na mochila usada por Roupinol, revela o poderio da quadrilha. O documento é recente, de 15 de março, e mostra que o Complexo de São Carlos tornou-se uma ‘empresa’ que gerava um custo de R$ 51 mil semanais e ‘empregava’ pelo menos 324 ‘funcionários’. A lista detalha valores pagos a cada um dos envolvidos com o tráfico. Somente no Morro do Querosene, há 57 homens ganhando R$ 120 cada e seis ‘chefes de plantão’ recebendo R$ 300.

Foto: Paulo Alvadia / Agência O  Dia
Cinturão com granadas e pistola estavam com Roupinol no momento em que foi morto: traficante usava carteira de identidade com foto do irmão para despistar a polícia | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia

O documento é dividido por região. Além do Querosene, há outras localidades como Bairro, QG, Brinquedo, Zinco e pontos especiais conhecidos como Bagdá e Iraque. O número de seguranças salta aos olhos: 56.

“A folha salarial, o número de trabalhadores e faturamento são iguais aos de uma empresa de médio porte. Com a diferença de que a arrecadação será maior que a de comércio legal, que paga encargos. Se compararmos somente os salários, é 20% maior do que é pago para um trabalhador com carteira assinada”, diz o economista Gilberto Braga.

Roupinol plantou sua base no Rio há três anos após dar apoio logístico para que a facção ADA tomasse do Comando Vermelho os pontos de venda de drogas do Morro da Mineira. Uma guerra provocou mortes e levou pânico à região. Meses mais tarde, O DIA flagrou ‘soldados’ de Roupinol armados ao lado do Cemitério do Catumbi.

Logo depois de se estabelecer na região, seu principal aliado, Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, foi sequestrado por supostos policiais, num apartamento no Estácio. Os R$ 2 milhões pagos por sua liberdade teriam sido custeados por Roupinol. Até hoje, não há inquérito instaurado para investigar o caso. Mas a partir deste episódio, Roupinol passou a ter poder de decisão na quadrilha. A Mineira virou um dos pontos mais bem armados do complexo. Segundo o documento obtido por O DIA, somente ali há 105 ‘funcionários’.


No item pagamentos diversos, dois chefes de plantão são os que recebem mais. Um conhecido como Ada, e outro como Empada, que vem a ser Leonardo Miranda da Silva. Ambos faturava R$ 1.500 por plantão. Outro nome conhecido da polícia, Dorey ganhava R$ 500. E um bandido identificado como Black recebia outros R$ 1 mil.

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